Você não é obrigada a amar a amamentação 24h por dia.
Mesmo com a pega correta da alemoa, eu tive sensibilidade nos mamilos por 40 dias. Depois, a sensação passou e comecei a gostar de amamentar. Quando ela estava com uns 20 meses, passei a sentir muita perturbação na amamentação. Veja bem, eu nem cogitava desmamar, mas la vinha mamar e meu cérebro mandava eu levantar e sair correndo dali. Sabia que era um processo transitório e realmente passou.
O que eu quero dizer com isso? Que você não é obrigada a amar amamentar 24h por dia, 7 dias na semana. Conheci algumas mães que admiro muito e que amamentaram não por amarem amamentar, mas sim porque era a melhor coisa a fazer pelo bebê. Este é um dos motivos pelos quais eu não gosto da frase "amamentar é amar". Tem mãe que não amamenta e ama, tem mãe que amamenta e não ama o ato em si.
Vivemos em uma cultura de prazer imediato: se não gostamos de amamentar, para quê sofrer? A questão é que a amamentação não traz benefícios apenas naquele momento, ela é um comprometimento com a saúde e o desenvolvimento geral do seu filho, que vai aparecer muuuito tempo depois de iniciado (e parado) o processo.
Como em toda caminhada, existem montanhas e planícies: em alguns momentos você vai amar amamentar, em outros você realmente vai se ressentir. Apenas lembre-se, quando estiver numa planície, que logo ela começará a subir e você se encontrará novamente no topo da montanha e, no final, não vai ter se arrependido do comprometimento com a escalada.
Não é preciso desmamar nesses momentos de ressentimento. Avalie o que está sentindo: são as mordidas? É uma perturbação na amamentação? É a "dependência" do bebê? É porque ele só sabe dormir mamando?
Existem alternativas para todas essas questões que não necessariamente envolvam o desmame. Mas permita-se admitir que nem sempre você ama amamentar. Admitir é permitir-se ser verdadeira, reclamar e seguir em frente.